A divulgação de que o Facebook encontrou 14 milhões de contas "indesejáveis" (que produzem spam e outros links maliciosos), destaca a necessidade de implantar um sistema de verificação de usuário na popular rede social, como afirmam especialistas em segurança.
Em um relatório liberado pela Securities Exchange Commission dos Estados Unidos, a rede social admitiu possuir - até o dia 30 de junho - 83 milhões de contas falsas no site, ou 8,7% do total de 955 milhões. Dessas, 1,5%, ou mais de 14 milhões, foram classificados como "indesejáveis", criadas "para fins que violam nossos termos de serviço, tais como spam".
Esse resultado enfatiza, novamente, os riscos de segurança que sites apresentam aos internautas. Spam continua a ser um problema, bem como links arbitrários que baixam malwares nos computadores dos usuários. "Catorze milhões é, definitivamente, um número bem grande" diz o pesquisador em segurança da Universidade da Carolina do Norte, Xuxian Jiang, em uma entrevista por e-mail.
Especialistas concordam que o Facebook irá precisar de melhores ferramentas para verificação de usuários se quiser combater problemas associados a contas falsas. "Uma solução seria impor uma regra de 'identidade-real' nas redes. Se não, ao menos, algum tipo de verificação de usuário", disse Jiang. "Mas, por outro lado, o que me preocupa é que esse método sacrifique a privacidade online, de certa forma."
Atif Mushtaq, pesquisador em segurança e especialista em botnet da FireEye, disse que o Facebook e outros sites estão lutando contra a ineficácia do sistema "captcha", utilizado para garantir que o registro pertence a uma pessoa real, não a um computador de um spammer ou hacker. O teste de desafio-resposta normalmente pede para o internauta digitar uma série aleatória de letras e números.
Cibercriminosos estão contornando essa barreira utilizando computadores que já foram sequestrados. Quando eles necessitam de uma pessoal real, eles exibem uma janela pop-up falsa solicitando às vitimas que digitem o código afirmando que é para evitar que seu sistema operacional reinicie, afirma Mushtaq. Esse tipo de abordagem tornou-se popular entre operadores de botnet. "Não há solução de curto prazo para este problema", disse ele.
O Facebook tem tomado uma série de providências para reduzir links maliciosos no site. A companhia continuamente monitora a página a fim de encontrar conteúdo suspeito e notificará usuários se notar alguma atividade incomum de suas máquinas. A rede social de Zuckerberg também oferece uma loja de antivírus, na qual usuários podem baixar gratuitamente softwares de fornecedores.
Fonte: Antone Gonsalves, CSO / EUA e IDG Now